rever o porto
O projeto teve três etapas, todas fazendo parte da disciplina Trabalho Integrado 2, que contém outras 4 disciplinas: Projeto Urbano, Projeto Arquitetônico, Projeto Paisagístico e Técnicas de Apresentação de Projetos. Na primeira etapa, com um grupo de sete pessoas, diagnosticamos o lugar delimitado pela equipe de professores, que engloba um perímetro desde a Leopoldina, Morro do Pinto, Morro da Providência até o Santo Cristo incluindo a cidade do samba e outros ícones e pontos importantes da cidade. Após um minucioso diagnóstico sobre a área, propomos um masterplan inicial tentando englobar todos os problemas da região, que vão desde desconexões entre os diferentes meios de transporte, até a ausência de áreas de lazer. Na arquitetura e no ubanismo, especificamente nas edificações, adaptamos uma volumetria ao contexto e ao uso.
_Ainda nesta etapa, estudando o histórico da área e analisando as
necessidades mais urgentes da população local, percebemos a falta de
áreas de lazer. Então decidimos, resgatar o mar que beirava os fundos da
Igreja do Santo Cristo, então entramos com a água até ela, e, em todo o
perímetro que se formaria em volta deste lago, seria uma grande área de
lazer focando sempre nas necessidades do pedestre. Além disso,
esboçamos um parque linear ao longo de toda a orla do porto, e os
armazéns ganhariam novos usos, como lazer, esporte e alimentação.
Na segunda etapa, agora com o grupo dividido em dois, diminuimos a
escala da área e delimitamos um perímetro menor para cada parte do
grupo, o projeto que será mostrado abaixo compreende desde um recorte do
parque linear do porto até a metade do lago criado, incluindo algumas
quadras do seu entorno imediato. Nesta etapa, detalhamos um pouco mais a
nossa área escolhida para trabalho, desde a volumetria com um degradee
de acordo com as vistas das áreas de lazer, até a organização das vias. O
Elevado da Perimetral foi um grande desafio pois corta o projeto em
dois, porém estudamos a possibilidade de transferir as três faixas da
perimetral para ao lado das outras três faixas, deixando assim o teto da
Perimetral livre para uso e continuidade do parque linear.
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_O
conceito de REVER o porto surgiu a partir de observações no nível do
pedestre que tivemos no local, percebemos grandes barreiras de uma área
antigamente industrial, desenvolvida em uma grande escala que não para o
morador. Estudos estatísticos do IBGE comprovam que ao longo do tempo a
população foi saindo desta região, e até o ano de 2020 terá quase a
metade. A partir de entrevistas com moradores locais, reunimos quase a
mesma opinião de todos, a falta de área de lazer seria um dos maiores
problemas. Somando a construção de mais residências, pequenos e grandes
comércios e parques, desenvolvemos um estudo das barreiras do lugar que
vai desde quadras muito longas até a Perimetral e os armazéns que
bloqueiam a vista para o mar.
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_Na terceira e última etapa, focamos na altura da visão e da
vivência do observador, abrimos as grandes quadras com ruas de pedestres
e criamos respiros que são utilizados como áreas livres de utilização
para alguns tipos de comércio e residências, criando assim novas
ambiências de permanência e passagem para o pedestre, abrindo múltiplas
perspectivas. Por isso o sentido de REVER, através de novas
perspectivas e visadas têm-se um novo olhar para o porto. O lago que foi
criado com a invasão da água para a terra também abre novas
perspectivas, à medida que tirando o que bloqueava a vistas para o mar,
criamos novas linhas de horizonte para o observador. Percebemos que esta
grande frente de mar poderia ser ainda mais explorada, portando ao
invés de somente a água invadir a terra, invadimos também com a terre
para o mar, criando uma sensação de troca. Para enfatizar a terra
chegando ao mar, criamos um marco na paisagem, as duas torres, que
transmitem também essa sensação de troca a partir do momento que são
conectadas por passarelas. Neste caso a traca não é somente pela forma
da arquitetura ou em planta, criamos também nestas passarelas, ambientes
que podem ser usados de permanência, para troca de convívio entre as
pessoas, e entre pessoas e a paisagem.
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_A torre inicialmente seria um
quadrado que apenas se elevaria a uma altura de 100m de forma a criar um
mirante em seu topo, porém houve a necessidade de quebrar esta forma,
assim como fizemos nas grandes quadras, assim também abrimos múltiplas
perspectivas para o usuário do edifício, que tem tem vista para o mar,
para o lago e para o parque linear. As fachadas das torres fazem uma alusão às estruturas externas das gruas presentes no porto. O uso da torre vai desde espaços
culturais, livraria e restaurante no térreo, e no restante do pavimentos
uso empresarial, com salas comerciais, e nos pavimentos que são
conectados pela passarela, esta também contém cafés. No último pavimento
da torre mais alta há um restaurante com múltiplas vistas da cidade e
para o mar, além de ter o mirante que contém espaço de permanência para
os admiradores destas múltiplas perspectivas.
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